quarta-feira, 18 de abril de 2007

A rede hidrica de São Paulo ilustrada no mapa permite visualizar na parte sul, Parelheiros onde estão os mananciais responsáveis por 1/3 da água consumida pela cidade. O consumo critico de qualquer comunidade é de 1.500 metros, São Paulo esta com 201 metros cúbicos.

ÀGUA E OS CEM ANOS DA GUARAPIRANGA

A água é um produto estratégico para a vida, para a economia e tem sido ao longo da história objeto de disputa e guerras. Por essa razão, convém destacar que tiveram visão e perspectiva estratégica os profissionais e gestores da cidade há 100 anos atrás, quando planejaram e construíram a REPRESA GUARAPIRANGA, como “caixa de água” da cidade e espaço de lazer. Atualmente a cidade de São Paulo, com população maior que a da Suécia e quase igual a do Chile, obtém das suas duas represas, um em cada três copos de água que consome. A cidade em déficit só supre 49% das necessidades do líquido, o restante vem de fora das suas divisas. Se a cidade de São Paulo fosse um país, certamente estaria em situação difícil e frágil para suprir suas necessidades de água. No momento em que a população cresce, forças econômicas tornam a água uma mercadoria ou produto escasso de alto valor, o tema deve assumir importância na agenda da comunidade paulistana.O território de Parelheiros, um quarto da cidade, com condições geográfica que leva a uma precipitação pluviométrica significativamente maior que o resto da cidade. Com um significativo fragmento de Mata Atlântica foi definido como área de proteção aos mananciais, status que visa garantir a produção da água e a alimentação das represas das cidades. Essa missão, contudo, está ameaçada e em situação crítica pela carência de um projeto sistêmico de cidade. O que significa isso? Significa por exemplo, a desarticulação do sistema de produção da distribuição e consumo de água. Fato que permite que uma região de proteção aos mananciais como Parelheiros receba um crescimento e fluxo migratório proveniente de outras regiões da cidade a razão de 8% a.a. A fragilidade e impotência do um poder local, inexistência de claridade do controle da estrutura fundiária criou condições da ocupação irregular e predatória que afeta a produção de água numa região de mananciais. A questão da água na cidade não pode ser vista parcialmente e isolada do ponto de vista de quem vive em região de mananciais, nem de quem comercializa a água. É um interesse de toda a comunidade em seu conjunto. É um tema do conjunto da metrópole.
Por essa razão nestes 100 anos da Represa Guarapiranga, a melhor homenagem a nossos antepassados é a mobilização do conjunto da sociedade para garantir um sistema estável de produção e distribuição de água. A água, incluindo a potencial hidrovia e a recreação, deve ser a base do projeto comunitário e de organização da cidade e não objeto de interesses parciais e egoístas. É bom recordar que os 700 anos de expansão e estabilidade do Império Romano ruíram quando os visigodos destruíram o sistema de aquedutos da cidade de Roma, a qual passou rapidamente de 1 milhão para 12 mil habitantes. Mais que a estabilidade, a regra é mudança constante das sociedades. (ver anexo: Mananciais de São Paulo)

Nenhum comentário: