domingo, 15 de abril de 2007

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QUALIDADE DE VIDA PARA SÃO PAULO: UM OLHAR SISTÊMICO


O jornal “O Estado de São Paulo” publicou em 30 de julho de 2005 os resultado do trabalho do “Núcleo de Pesquisa em Qualidade de Vida da Universidade Mackenzie” sobre o índice de qualidade de vida nas 31 Subprefeituras de São Paulo. Neste índice, Pinheiros aparece em primeiro lugar e Parelheiros é o último do ranking de qualidade de vida. A publicação de informações parcial, sem o contexto, as conexões e a origem da situação, dificulta soluções. No caso, também provoca danos e perdas para o valor intangível da imagem e bens da região de Parelheiros, cuja estratégia de desenvolvimento para melhorar a qualidade de vida dos seus moradores tem no turismo um eixo fundamental. O reflexo foi imediato no mercado imobiliário, certamente positivo para Pinheiros. No dia 12 de agosto, no mesmo jornal, pag. A24, e publicado um anúncio de imóveis em página inteira com a seguinte chamada: “more no topo do ranking”. Se Pinheiros é o “topo do ranking” onde fica Parelheiros? Qual o efeito correspondente negativo no mercado imobiliário da região?

O Positivo desta situação foi a iniciativa da gestão de Parelheiros, convidando o Subprefeito de Pinheiros Antônio Marsiglia, a jornalista Laura Diniz responsável pela matéria, a pesquisadora Roseli da Silva da equipe da Mackenzie para visitar a região dos mananciais, considerada um fator estratégico para a qualidade de vida da cidade e sublinhar a necessidade da abordagem sistêmica da questão. A visita aconteceu dia 10 de agosto de 2005, formando-se uma comitiva integrada também pelo Secretario de Assistência e Desenvolvimento Social do Município Floriano Pesaro, o Secretario do Trabalho, Gilmar Viana, Célia Marcondes Gerente do Verde da Secretaria do Meio Ambiente e respectivas assessorias. A visita permitiu uma visão panorâmica da região, seus pontos frágeis, fortes e potencial, aprofundando os projetos dos secretarios visitantes. A missão concluiu no Clube de Golfe, onde foi assinado o primeiro Termo de Parceria para implantação do Sistema de Conserveiros de Vias Rurais.

Em resumo, a região de Parelheiros embora última no “ranking” desta pesquisa é a primeira na contribuição para as condições de existência presente e futura da metrópole, com 25% do território do município, a maior rede hídrica que alimenta as duas represas da cidade: Guarapiranga e Billings, responsáveis por mais de 30% das águas. Certamente o anormal crescimento populacional de mais de 8% ao ano, altos índices de analfabetismo, gravidez precoce, consumo de entorpecentes, e violência merecem e exigem outro olhar. O diagnóstico e prognóstico dessa “Amazônia Paulistana” não é simples. As soluções escapam às propostas dos modelos do desenvolvimento clássico, não implicam exclusivamente em construir equipamentos públicos, demandam sintonizar às mudanças com as especificidades e a função desta vital região de mananciais no contexto metropolitano, equilibrando urgentemente o desenvolvimento com o congelamento da ocupação predatória.

A chave para o desenvolvimento sustentável e da qualidade de vida da região de Parelheiros reside, por um lado, no entendimento que a metrópole possa ter sobre o papel de Parelheiros no seu sistema de vida, e por outro, no nível de consciência que a população de Parelheiros construa sobre seu papel estratégico na preservação e uso adequado do patrimônio ambiental que lhe dará a ela e ao coletivo do município, hoje e no futuro. Portanto, a ultima Subprefeitura no ranking do índice de qualidade de vida, deve ser a primeira na agenda da cidade com vistas ao seu bem-estar futuro.“Ao final da carreira se conhece o bom Parelheiro” (dito dos Pampas)

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